domingo, 30 de julho de 2017

Oportunidade de lucro de 565%!!!




Caríssimos  guerreiros do milhão,

Essa semana recebi um informe de uma empresa de publicações financeiras alertando sobre uma oportunidade de investimento que poderia render até 565% de valorização. Isso mesmo!!! 565%!!!

Confesso que no começo fiquei empolgado. Mas pensando com mais calma, e antes de fazer besteira, resolvi investigar mais a fundo do que se travava.

Só para vocês entenderem a história. Já faz algum tempo que assino alguns relatórios financeiros da empresa EMPIRICUS, que por sinal são de muito boa qualidade, em minha modesta opinião.

Após alguns meses assinando estes relatórios, um dos analistas, que era responsável por uma newsletter diária bem lida, saiu da Empiricus, e após algum tempo recebi alguns e-mails de propaganda para que recebesse gratuitamente uma outra newsletter, de uma nova empresa de análise e publicações financeiras que estava sendo formada: a INVERSA PUBLICAÇÕES.

O próprio analista que assinava aquela antiga newsletter diária da Empiricus agora estava encabeçando esta outra empresa de publicações financeiras. Não sei até que ponto é somente uma “sub marca” da Empiricus, mas na INVERSA eles se dizem mais independentes e totalmente “fora da caixa” em relação ao que outras casas de análise recomendam para se investir. Realmente tem alguns relatórios interessantes gratuitos que recebo deles, mas muito mais focados em análise do cenário macro em termos de política e economia, do que recomendações de ações ou outros ativos.

Pois bem, esta semana recebi um e-mail bem chamativo, com o título bem parecido ao de meu post: oportunidade única de 565% de lucro!!! E algo como: “você tem que se posicionar agora, antes de 1 de agosto, para não perder esta oportunidade”.

Obviamente, para oportunidade de ganho tão expressivo, o referido analista não abriu a informação, de qual seria a oportunidade. Era somente um teaser (um “e-mail propaganda”) para vender seu produto. Para ter acesso completo, é necessário comprar a assinatura anual do relatório, por aproximadamente 12 x R$25,00.

Porém, para passar mais credibilidade, de que realmente eles fazem uma análise detalhada, ele deu várias pistas no texto do teaser.  E como já tenho um pouquinho de experiência em Bolsa, descobri a tal oportunidade: ações da empresa FORJAS TAURUS.

Para quem não sabe essa empresa é a maior fabricante de armas leves (pistolas, revólveres, etc.) do Brasil e uma das maiores do mundo. E sua cotação no passado já chegou a um nível entre 5 a 6 vezes maior que o atual.

Uma das pistas no teaser era o fato de haver um gatilho que pode ser destravado para o valor da ação, que resume-se à aprovação de um projeto de lei em Brasília, a ser votado pela Câmara após o recesso parlamentar, ou seja, a partir de 1 de agosto.

Ao pesquisar nos sites do Legislativo, descobri que realmente há uma matéria a ser votada, que libera armas de fogo para todas as guardas municipais no Brasil. Não sei o quanto isso se traduziria em demanda adicional para a empresa. Mas em minha modesta opinião, não justificaria uma valorização de 565% no valor das ações.

Como não assinei o relatório completo, com todo o racional do referido analista, não sei qual horizonte de tempo ele considera para que se atinja essa valorização, nem se há outros fatores relevantes que possam justificá-la.

Acessei também a página da empresa FORJAS TAURUS, na seção de relações com investidores, e descobri mais um fato interessante: na semana passada houve uma brusca valorização das ações em um dia (de aproximadamente 25%), justamente após a INVERSA soltar seu relatório. Descobri isso não seção “Fatos Relevantes”, onde a empresa respondia a uma indagação da CVM, a respeito da movimentação atípica de suas ações. A empresa respondeu publicamente que a súbita valorização deveria ser decorrente do relatório da INVERSA Publicações, sobre o qual a FORJAS TAURUS alegou não ter nenhuma relação e que não endossava a referida informação.

Enfim, a cotação realmente subiu aproximadamente 25% em um único pregão. Pode subir ainda mais?

Não faço a mínima idéia.

O que eu quis compartilhar aqui é a experiência de me deparar com a proposta de acesso a  um relatório que aposta em uma valorização enorme, que pode gerar o impulso de se comprar assinatura que não é barata, e de repente não acontecer nem de perto a valorização “prometida”.

Como disse, tenho algumas assinaturas de relatórios básicos da Empiricus, os mais em conta, que me ajudaram a entender um pouco melhor o mercado, e muitas vezes já trazem o resumo mastigado de informações importantes sobre empresas, para se decidir investir ou não.  Mas faço também minha devida análise crítica e estou tentando aprender a estudar empresas através de meu próprio esforço.  Faz parte do business deles, tentar vender relatórios mais “Premium” que prometem n formas de obter valorizações muito expressivas (ex: estratégias com opções ou de trades de ações). Quem já é assinante do básico recebe esses teasers quase todos os dias.

Eu prefiro ficar fora dessa e não acreditar em santo milagroso na Bolsa.

Para mim, em investimentos só existem três milagres: APORTES CONSTANTES, JUROS COMPOSTOS E TEMPO.

Abraços

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Bolsa subindo "como um foguete": bom ou ruim?


Salve peregrinos do milhão,


Finalmente tenho tempo de sobra para escrever aqui no blog, e a razão é muito boa: FÉRIAS!!

É muito bom poder parar de tempos em tempos e curtir um lugar que você sempre quis conhecer, principalmente se for um país melhor que o Brasil atual.  E desta vez escolhi bem: o CHILE.

Cheguei de volta ao Brasil ontem, após 9 dias com a espetacular vista da Cordilheira dos Andes a partir da capital Santiago e contato com o simpático e educado povo local.

Em uma próxima postagem pretendo contar um pouco mais sobre minhas experiências no Chile, pois acho que vale comparar muita coisa com nosso pobre país.

Amigos, poupar e aportar é bom, mas uma vez ouvi de um senhor de mais de 70 anos, que durante alguns anos foi o melhor mentor profissional que já tive: “não deixe para aproveitar tudo na velhice, pode ser tarde demais”.  

Por isso acho que temos que encontrar um meio termo entre aportes e aproveitar a vida. Por melhor que nos preparemos, nunca teremos a garantia de que chegaremos lá com a mesma saúde e disposição, e até mesmo com os entes queridos ao nosso lado.

Deixando o papo filosófico de lado, após dez dias de inatividade, encontrei o Bovespa buscando os 66.000 pontos e a maioria de minhas ações com valorizações expressivas acumuladas nas últimas semanas.  

E como acompanho diariamente o noticiário político, isso me deixou com uma “pulga atrás da orelha”:  será que dá para esperar mais valorização pela frente ou a queda é iminente?

Confesso que não sei. Não sou Nostradamus, e só posso imaginar e estimar os riscos de diferentes cenários. E pela conjuntura política dos últimos dias, acho que vem “bomba” pela frente.

A equipe econômica, capitaneada pelo Henrique Meirelles, deu os primeiros sinais públicos de conflito com Temer e sua turma.  De um lado, Meirelles não abre mão do teto de gastos públicos. De outro lado, o ministro do Planejamento do Temer mandou goela abaixo a aprovação de um PDV para os “funças”, e tudo indica que é somente uma desculpa para aumentar o teto de gastos lá na frente, pois eles já sabem que não vão conseguir cumprir.

Isso sem falar no aumento do imposto sobre os combustíveis, reprovado pela Justiça, e único jeito que esses malditos encontraram pra fechar o rombo das contas no curto prazo, pois no país dos benefícios surreais, ninguém pode reduzir custos com os parasitas que mamam nas tetas da máquina estatal.  

E até aqui só estamos considerando o dia-a-dia de um governo Temer sem a oposição tentando derrubá-lo com novas denúncias.  Se vierem à tona fatos graves em breve, certamente o “angu vai desandar”.  E sabemos que tem fila de delatores para fornecer munição para o Janot, antes que ele termine seu mandato de PGR. 

Pode também não acontecer nada de grave e a Bolsa continuar subindo? Pode!!

Mas como “cachorro picado por cobra tem medo de até de lingüiça”, estou desfazendo algumas posições em Bolsa e me preparando para realocar.

Eu realmente estava muito acomodado, com uma alocação “violenta” em Bolsa, aproveitando as últimas semanas de rally, e quase esquecendo que o Brasil não é um país confiável. Ainda bem que acordei a tempo.

Hoje coloquei ordens de venda para o total de uns 35% de minha carteira de ações. Na maioria dos casos, ainda mantenho uma posição menor nas empresas. 
Minha lógica foi diminuir a exposição em ações onde já ganhei muito e/ou não apresentam grande potencial adicional de valorização (ex: Itaú e Lojas Americanas) e naquelas onde o efeito político é maior, ou seja, estatais (ex: Banco do Brasil). 
E como seguro para o caso de uma queda brusca do Bovespa, de forma a compensar uma queda de minhas ações restantes, comprei puts (opções de venda) de duas empresas das mais negociadas, que são instrumentos que podem ter grande valorização neste cenário. Lembrando que isso não é uma recomendação, pois não sou profissional financeiro habilitado. Além do mais, opções envolvem altíssimo risco. Só estou compartilhando minhas experiências.


Em resumo, não vou esperar a próxima tempestade chegar para ver que a casa caiu. Estou reforçando a casa para que aguente a tormenta.  

E meus próximos aportes deverão ser em ativos de menor risco (renda fixa e quitação de um imóvel), até que a situação política esteja menos incerta. 

Abraços e até a próxima!