domingo, 27 de agosto de 2017

ATIVIDADES ESCALÁVEIS: você precisa de uma para enriquecer


Fala galera,
 
Tenho lido alguns livros bem interessantes, e um deles, que recomendo fortemente a todos os investidores, é “A lógica do Cisne Negro” de Nassim Nicholas Taleb.
O livro trata basicamente de eventos extremamente improváveis, os chamados Cisnes Negros, e como estes tem definido a história da humanidade, como guerras, o atentado às torres gêmeas ou a crise no mercado financeiro em 2008.
Gosto, particularmente, da maneira como ele levanta as fragilidades de nossa mente em relação à eventos extremos e indesejáveis. Segundo o autor, nossas mentes estão programadas para compreender o mundo sob a lógica da curva normal (ou curva de Gauss), onde todos os fenômenos tem uma variação mais ou menos esperada e, inconscientemente, tendemos a relevar ou menosprezar os riscos de situações mais catastróficas, os Cisnes Negros.
De forma análoga, um Cisne Negro também pode ser um evento positivo, desde que seja inesperado e cause um grande impacto. Como exemplo ele cita o sucesso de alguns poucos artistas, como J.K.Rowling, autora da série Harry Poter. A lógica é que, nesse mercado, alguns poucos autores acabam vendendo dezenas de milhões de livros enquanto milhares de outros autores com trabalhos de qualidade similar acabam no “limbo”, sendo a aleatoriedade muito mais importante para o sucesso de alguns poucos autores, do que simplesmente serem melhor que os outros.
Mas o que isso tem a ver com ganhar ou juntar dinheiro? Explico.
Não pretendo fazer uma resenha do livro, mas há um capítulo que me abriu muito a mente, onde ele fala do fenômeno da ESCALABILIDADE.
Pensemos em algumas profissões tradicionais como médico, padeiro ou outras mais alternativas, como as prostitutas. O que elas tem em comum?
Não são escaláveis.
O médico, apesar de ganhar bem, tem uma capacidade finita de atender pacientes e sua renda vai estar em linha com este tempo disponível para os atendimentos. A prostituta, assim como o médico, também precisa estar lá, para fornecer o serviço, e vai lucrar conforme quantidade ou a hora de trabalho. Desculpem-me pelo exemplo chulo, mas é o mesmo do livro.
Agora vamos pensar em profissionais que criam algo. Por exemplo, imagine que você crie um software ou aplicativo e este se torne bem sucedido em termos de demanda.
Você gastou um tanto de horas no desenvolvimento e testes até colocar para vender. Mas a partir daí, você não precisa fazer mais quase nada. As pessoas simplesmente farão downloads e o dinheiro cairá na conta. Lógico que simplifiquei o processo, mas é só para passar o conceito: nesse caso você tem uma atividade ou trabalho ESCALÁVEL. 
Vamos voltar ao exemplo da J.K.Rowling. Ela gastou todo o esforço, ou a maior parte, na fase de criação do livro. A partir daí, com o sucesso de vendas, ela não tem trabalho extra de criação. Talvez tenha que atender um ou outro evento de divulgação para aumentar as vendas. Ou esteja contente com o que já ganhou e não precise fazer mais nada. Por outro lado, o padeiro, sempre terá o esforço extra de fazer o próximo pãozinho para que seja vendido.
Agora volto à questão inicial: se você realmente quer ficar rico, o que é mais fácil? Ficar mais 10, 15 ou 20 anos em um trabalho comum, onde você troca um determinado número de horas por um determinado salário (atividade NÃO ESCALÁVEL) para aportar uma porcentagem por mês? Ou vale apostar em uma atividade escalável?
O leitor mais atento já deve ter sacado: em grande parte, atividades escaláveis tem a ver com EMPREENDEDORISMO. Mesmo o autor de um livro, foi empreendedor em certa medida. Ele criou um produto.
Se listarmos as maiores fortunas do mundo hoje, são de pessoas que empreenderam, e começaram uma atividade escalável.
Jeff Bezos, fundador da Amazon, também trabalhou um dia como funcionário, em um grande banco de investimentos em Wall Street. Ganhava muito bem, incluindo bônus bem gordos. Talvez tivesse um patrimônio de alguns mihões de dólares. Mas tinha uma visão, e resolveu sair para abrir inicialmente uma livraria online. Recentemente, se não me engano, sua fortuna chegou a 90 bilhões de dólares. Negócio escalável.
Não estou falando que todo mundo irá virar um Jeff Bezos ou Bill Gates um dia. Somente quero ressaltar que, para realmente ganhar dinheiro, e muito mais rápido, você precisa ter uma atividade escalável. Criar algo que tenha valor de mercado e que possa ter seu valor multiplicado de forma não linear, como um Cisne Negro. Algo que possa crescer de forma exponencial, sem que você tenha que colocar o mesmo esforço sempre para o mesmo retorno.
Descendo ao mundo dos “mortais” e de histórias reais, tenho amigos que empreenderam e em poucos anos saíram de patrimônios como o que vemos nos rankings da finansfera (a maioria entre R$100.000 e R$400.000) para patrimônios acima de 10 milhões.
Todos eles criaram algo onde eles não tem que fazer mais esforço como o inicial. A roda de certa forma “gira sozinha”.  Alguns tem mais pessoas trabalhando para eles, outros menos. Mas para cada valor hora pago a um funcionário, que tem que vender ou manter a empresa ou os produtos/serviços que ELES CRIARAM, eles tiram proporcionalmente MUITO MAIS. Em relação às horas pagas aos funcionários, o ganho deles não é linear é exponencial.
Tem risco envolvido? Lógico que tem. Senão todo mundo largava seu empreguinho com salário fixo hoje e estava começando algo do zero amanhã.
O Bastter sempre diz que tentou uns 30 negócios até seu site de finanças dar certo. Teve até um outro site dele, sobre cuidados médicos se não me engano, que também deu razoavelmente certo, segundo ele. Mas o importante é que ele foi tentando, até virar. E assim é a história da maioria dos empreendedores.
Estou trabalhando em uma atividade escalável, uma idéia por enquanto, em paralelo a meu trabalho na iniciativa privada. O grande problema é o tempo para desenvolver algo decente quando você já gasta de 8 a 10 horas em um escritório trabalhando para os outros. Soa familiar? Claro, acredito que meu dilema seja o mesmo de muitos aqui.  
Mas acredito ser essa a diferença entre os grandes casos de sucesso e o restante da população.
Se você tem um emprego fixo, padrão, está “na média”, e provavelmente é classe média também assim como eu. “Na média” você sabe quanto ganham todos que fazem a mesma função que você. “Na média” sabe quando ganha um gerente, um diretor e até o presidente de sua empresa. E sabe, “na média”, quando vai ganhar nos próximos 5 ou dez anos, não sabe? Deve ter até uma planilha, fazendo projeções em cima dos aportes, prevendo seu aumento patrimonial, não? Eu também.
Amigos, bem vindos ao “MEDIOCRISTÃO” como o Taleb define no livro, onde tudo é previsível e as coisas não são escaláveis.
Agora, se você quer dar realmente um salto na vida, de grande impacto, não linear, você deve fazer parte do EXTREMISTÃO, deve ser um CISNE NEGRO pelo menos para sua vida, ou tentar criar um CISNE NEGRO (algo que para os outros terá grande impacto e era até então imprevisível), uma empresa, um produto, algo ESCALÁVEL.
Para isso temos que mudar completamente a mentalidade, abandonar antigas crenças, sair da zona de conforto e ENCARAR RISCOS.
Estou tentando trabalhar fortemente minha mente, para mudar o comportamente de sempre buscar estar na média, se contentar com o esperado. Aportar todo mês, esperando quietinho, juros compostos fazendo efeito. Sei que posso estar indo contra muito do que é pregado aqui e deve gerar comentários negativos. Mas acho que vale o debate.
Há caminho certo para a independência financeira? Assumir mais riscos ou seguir somente o caminho tranquilo dos aportes?
Acho que é uma escolha pessoal.  
E você, o que prefere?
Abraços.

domingo, 20 de agosto de 2017

O risco real do Brasil virar uma Venezuela: o Apocalipse para seus investimentos

Fala galera,


Fim de semana frio e chuvoso aqui na minha cidade. Estava de bobeira lendo blogs de outros colegas e, aproveitando que estava inspirado, resolvi escrever mais um post.

Um tema que tem me tirado o sono é a influência dessa situação política maldita sobre a economia e, consequentemente, sobre os investimentos.

E realmente acredito que se você não entender bem a situação atual, e o que pode acontecer até as eleições do ano que vem, estará correndo grande risco de perder patrimônio ao longo do caminho.

Após 13 anos com os vermelhos roubando nosso dinheiro aos tubos, e seguindo a cartilha comunista de tornar o Brasil algo como a Venezuela, acredito que tivemos muita sorte ao conseguir retirar a presidenta guerrilheira do comando da nação. E acho que só foi possível graças à mobilização popular nas redes sociais e nas ruas.

Não fosse isso, tenho certeza que tudo que vemos na Venezuela hoje estaria acontecendo aqui, como hiperinflação, falta de comida, falta de remédios, violência em níveis inimagináveis, entre outros.  

Porém, e aí vem o mais importante, realmente acredito que essa tranquilidade de agora é apenas temporária.

Estou vendo que o povo está ficando mais otimista. Com algumas mini reformas o Temer conseguiu que o Brasil saísse da UTI e a economia parece melhorar pouco a pouco. Vale lembrar que eu não votei nesse cara, pois não votei na maldita, de quem ele era o vice.

O grande problema está nesse otimismo. Ainda temos uma dívida pública monstruosa e, se nada for feito, o Brasil vai quebrar nos próximos anos. Os gastos obrigatórios serão maiores do que a arrecadação. E nada, de fato, foi feito até agora para atacar esse problema. O que o governo fez foi aumentar o teto, para poder gastar mais.

Além do mais, do lado político, apesar de termos tirado os vermelhos do poder, acredito que a maioria dos brasileiros ainda é dominada pelas idéias deles, pelo discurso fácil de que o governo proverá tudo, desde empregos, moradia, até Bolsa-família, Bolsa-presidiário e Bolsa-o-caraleo-a-quatro.

Dito isso, quando soubermos quem serão os candidatos, e começarem as campanhas de fato, poderemos ter uma tremenda surpresa negativa, com o pesadelo vermelho voltando com toda a força.

Não se enganem, se entrar um vermelho de novo no poder, TUDO QUE ACONTECE NA VENEZUELA ACONTECERÁ AQUI!!!

Desculpem pelas letras garrafais, mas estamos todos “dormindo em berço esplêndido”, iludidos por essa “melhorazinha” recente na economia e a aparente calmaria no mundo político.

O que eu quero dizer com tudo isso: ESTÁ NA HORA DE PROTEGER SEU PATRIMÔNIO.

Não adianta esperar a desgraça acontecer e depois lamentar.

No ano que vem vai começar tudo de novo. Toda semana o Jornal Nacional vai colocar resultados de pesquisas no ar, e irão divulgar sempre o instituto onde o resultado mais favorece os vermelhos (Datafolha ou Ibope).

Sem melhora significativa no lado econômico, o capital estrangeiro vai sempre cair fora da Bolsa ao ver que o “nove dedos” ou algum outro vermelho está na frente. Vai ter muita gente especulando e a volatilidade voltará com força aos investimentos. Movimentações muito bruscas no Ibovespa, em um único dia, serão frequentes. Falo isso pois foi assim no passado, infelizmente brasileiro tem memória curta.

E ao final, se um candidato de esquerda ganhar, será o APOCALIPSE para os investimentos.

Então o que fazer para proteger o patrimônio?

Primeiro quero deixar claro: isso não é recomendação, somente argumentação. Vou dizer o que eu farei, a título de informação.

Já comecei a procurar meios de abrir uma conta no exterior, para começar a investir fora, principalmente nos mercados americano e europeu, em ações e ETFs.

Além de investir o dinheiro em países com economias e instituições mais confiáveis, naturalmente todo este investimento estará atrelado a dólar e euro. E se todo esse cenário apocalíptico acontecer, certamente o dólar irá às alturas e minha carteira lá fora se valorizará em relação ao Real.

E para o curto prazo, já estou analisando colocar uma parte do meu patrimônio em algum bom fundo multimercado, onde o gestor busca proteger o capital com investimentos fora do Brasil também. Neste sentido, já comecei a comparar alguns fundos disponíveis em alguns bancos e corretoras, em termos de taxas cobradas, rentabilidade, etc.

Galera, realmente estou preocupado com essa “calmaria”. A Bolsa chegando a quase 70.000 pontos, o Brasil sem grandes avanços em reformas e os vermelhos surgindo das cinzas no ano que vem.

O nove-dedos está solto. A presidenta nem indiciada foi. A presidenta do partido maldito declarando abertamente apoio a Maduro. E os partidos mais radicais (PSOL, PC do B), parece que estão mais fortes do que antes.  E eles tem toda a grande mídia a favor.  Incluindo a Rede Diabólica de Televisão e suas malditas novelas.

Infelizmente, não é só tirar esses bandidos do poder. Ainda vai demorar muito tempo para mudar a percepção da população em relação a eles. A guerra cultural será longa e dificílima. Com sorte, poucas décadas, assim como demorou para os vermelhos dominarem a cultura, mídia, universidades e os principais formadores de opinião do país.

Consequentemente, a chance da maioria elegê-los novamente é real.

Enfim, o melhor que posso fazer é imaginar os piores cenários e proteger meu capital de acordo.

E você, já pensou a respeito do que pode acontecer com o país nos próximos anos?

Abraços

sábado, 19 de agosto de 2017

Histórias reais de psicopatas corporativos: Episódio I



Fala galera,


Em um país com mais de 13 milhões de desempregados, é natural que, em meio a essa crise, as pessoas passem a defender seus empregos com unhas e dentes. 

Mas tenho notado que, de alguns anos para cá, a politicagem, a bajulação e a sabotagem têm tomado proporções absurdas nas empresas.

Hoje vou começar uma série onde compartilho com vocês casos reais que envolvem tudo isso, com o intuito de “mostrar a real” de dentro das corporações, principalmente para os mais novos e para aqueles que tem curiosidade em saber mais sobre os bastidores desse mundo.  

Hoje, na empresa atual, sou um executivo responsável por uma equipe tecnicamente excelente, porém razoavelmente jovem. O lado bom é que conseguimos apresentar resultados muito bons.

Já o lado ruim é que, pelo fato de ser uma equipe jovem, todos tem muito gás para entregar o trabalho, porém não percebem o jogo político, ou a guerra silenciosa nos bastidores entre as pessoas, e vez ou outra acabam se metendo em “presepadas”.  

Um bom exemplo é que muitas vezes eles acabam fazendo favores para outros gerentes, na ingenuidade, acreditando que os mesmos vão auxiliá-los lá na frente, em suas avaliações, ou lembrar de seus nomes para eventuais vagas melhores ou promoções. Um grande engano. Eles raramente, ou nunca fazem isso. Fica a dica.

Vou contar aqui um caso que ocorreu essa semana e que ilustra bem a guerra silenciosa pelo poder, as brigas de egos entre as pessoas e como os “psicopatas corporativos” fazem de tudo para conseguir seus objetivos.

Já há algum tempo, meu time finalizou um projeto que durou alguns meses, tendo entregue uma nova tecnologia, ou aplicação (vou chamar assim, para manter um certo nível de anonimato) que não existia na organização, em nenhum lugar do mundo, apesar desta ser uma multinacional.

No início do projeto, formei um time, onde o líder era um funcionário de minha equipe, tecnicamente excelente e com histórico de bom relacionamento com as pessoas e de “entregar” muito rápido e com qualidade, e solicitei também participantes das áreas interessadas ou que seriam afetadas por essa nova aplicação. Ou seja, formei um time de projeto.

Com o conhecimento de algumas pessoas de meu time que já haviam implementado essa mesma “solução” em outras empresas, desenvolvemos o conceito inicial e o plano para implementação, e, juntamente com o time do projeto, lutamos durante vários meses contra vários obstáculos, inclusive financeiros, até conseguir entregar o projeto.

Após um mês entregue, o projeto já se pagou, evitando uma série de problemas que custariam um bom dinheiro para a companhia sem a tal aplicação em uso. Além do mais, por ser uma solução inovadora, gerou uma grande visibilidade para minha área e para o líder do projeto.

E esta foi a semana que marquei para apresentar o resultado final para a direção da empresa. Faço sempre questão de dar o crédito a quem realmente fez o trabalho e combinei com o líder do projeto que eu faria uma breve introdução e que ele faria o grosso da apresentação.

Mas antes disso, logo de manhã, o líder do projeto me procurou para mostrar a apresentação (powerpoint) que ele havia preparado para explicar toda a evolução, desde a idéia inicial até a entrega do projeto.

A primeira página era somente uma capa, e logo na segunda já quase caio da cadeira: além do meu nome como patrocinador do projeto, ele havia incluído o de outro gerente, também como patrocinador (para quem não sabe, patrocinador, ou sponsor, geralmente é o executivo que ajuda o líder do projeto com as questões mais críticas, principalmente removendo obstáculos nos bastidores, é quem vai buscar recursos financeiros para bancar o projeto, ente outras coisas).

De cara, perguntei ao líder do projeto: Por que o “FULANO” está como sponsor? Ele te pediu? Logo meu funcionário gaguejou e me respondeu: “Sim. Pediu. Você quer que eu tire o nome dele? Ele ajudou a pagar uma parte. E respondi: “LÓGICO!!!. Pode tirar o nome dele!! Ou você acha justo que alguém que somente deu uma ajuda pontual também leve crédito por todo seu esforço e do time que você formou??? Cabe aqui explicar que o FULANO pagou uma parte quando vimos que precisaríamos de mais recursos e levantamos a necessidade para a área de Finanças. Como a área dele tinha verba sobrando no orçamento anual, esse valor iria “morrer” se não fosse utilizado logo. Portanto a solução natural na empresa foi transferir esse budget para nosso projeto.   

Bom, o líder do projeto acabou tirando o nome do Gerente FULANO, como eu pedi, e como este não participaria da apresentação para a direção que eu marquei (pois aproveitei uma reunião onde o chefe dele participa com outros executivos de nível mais alto, para incluir este assunto), seria o último a saber que o nome dele não estaria mais lá. Um problema a menos para mim.  

Porém, eu já sabia que o “buraco era mais embaixo”. Explico: há muito tempo percebo o chefe deste gerente malandro, ou seja um gerente geral (equivalente a diretor em muitas empresas, vou chama-lo aqui de GG), tentando dar o mesmo nível de crédito neste projeto para as pessoas do time dele que somente AJUDARAM neste projeto, ou seja, que fizeram somente o operacional, não conceberam nem criaram nada.

Vale ressaltar que esse cidadão tem o comportamento compulsivo de roubar apresentações de funcionários de outras área e depois aparecer em reuniões com a diretoria, abrir o arquivo e dizer “para resolver o problema X, NÓS FIZEMOS isso e aquilo, foi tudo um trabalho em time”, quando a iniciativa é totalmente de outro departamento e geralmente uma única pessoa deveria ser reconhecida pelo que fez.  

E como ele consegue o material? Pede educadamente para o “dono” compartilhar com ele a título de informação, usando também a força de sua posição, e geralmente os INGÊNUOS sempre enviam, achando que vão ganhar pontos lá na frente, como já falei.

Mas agora vem a “cereja do bolo”: esse gerente geral já tinha uma ESTRATÉGIA MALIGNA montada para tentar roubar os créditos deste grande projeto. Ele só estava esperando para “dar o bote”. E foi justamente na apresentação que marquei para a diretoria.

Chegou o dia da apresentação. Após eu fazer uma breve introdução, o líder do projeto começou a mostrar o conteúdo. Logo na segunda página, com o título “Time do projeto”, ele citou todos os nomes dos envolvidos, começando pelo meu, como sponsor, até os membros operacionais. Nessa hora olhei para a cara do GG, que estava visivelmente irritado ao ver que não havia ninguém do time dele apresentado em algum papel relevante.  

Seguiu a apresentação, muito bem conduzida por sinal, e ao final, o líder do projeto perguntou se os presentes teriam dúvidas ou comentários. A partir daí eu sabia que o psicopata poderia tentar “dar o bote final”.

Após algumas perguntas do diretor geral, o GG vira para ele e fala na maior cara de pau: “essa solução faz parte de uma iniciativa maior, chamada Projeto XYZ (esse nome é fictício, lógico), onde entregaremos não somente essa aplicação, mas outras para as finalidades A, B, C...e que temos trabalhado com representantes de todas as áreas”.

Perceberam a sacada? Algumas semanas antes, sabendo que estávamos perto de entregar nosso projeto, ele havia iniciado um outro projeto, com um escopo maior, onde essa nossa aplicação entraria como uma das soluções propostas para resolver uma gama mais ampla de problemas da organização. Eu fiquei sabendo disso recentemente, e logo saquei a estratégia do demente. E, a essa altura, eu já sabia que provavelmente ele já estaria vendendo isso até para a matriz.

Assim que ele deu o bote, pedi a palavra e, olhando primeiro para o diretor geral falei: “Acho que precisamos esclarecer um ponto, me corrija se estiver errado” – olhando para o líder do projeto agora. “Este projeto surgiu de uma necessidade que vimos lá atrás, e, com o conhecimento de nossa equipe, concebemos, desenvolvemos e implementamos, e esse projeto maior de que estão falando agora não existia. Somente recentemente foi colocado abaixo deste, em um contexto mais amplo. Correto?” – olhando agora nos olhos do GG.

O líder do projeto concordou, e o psicopata resolveu recuar, ao invés de comprar a briga, pois sabia que eu “puxaria a espada” e “iria para o pau” se necessário.  O diretor geral por sua vez,  ficou neutro e não comentou nada, mas não é bobo, sabia exatamente o que estava acontecendo.

Reforço que toda essa conversa foi feita de maneira educada e sem elevar o tom de voz.

Ao final do dia, aliviado, eu sabia que somente uma das primeiras batalhas havia sido ganha, pois, como disse, o maluco já deve ter vendido até para peixes grandes o suposto grande projeto “dele”.

Pelo menos eu garanti que o diretor geral soubesse e ele tem um peso muito grande na avaliação de desempenho anual de todos, sempre fazendo questão de dar seus “pitacos”.

O que vem depois nessa novela eu ainda não sei, mas queria compartilhar aqui que passo por isso com uma frequência incrível, e a quantidade de pessoas, principalmente nos níveis mais altos, e que jogam sujo geralmente é maior do que a de “pessoas do bem”.

Uma vez li um livro sobre psicopatas que falava sobre isso mesmo: geralmente nos níveis mais altos há muitos psicopatas, até mesmo CEOs.

Se eu falar para vocês que passo de 30 a 40% do meu tempo discutindo estratégias com meu chefe, ou pessoas em quem posso confiar, para combater as estratégias contrárias dos “inimigos”, não estou mentindo. É muito tempo e energia gasta. Imagino que nos níveis mais altos, em diretorias, os caras passem mais de 70% “jogando”.

Isso tudo me faz refletir constantemente: até que ponto é saudável viver nesses ambientes? Vale à pena mirar o topo e buscar sempre promoções, mudando constantemente de nível? Será que canalizar toda a energia gasta nos conflitos corporativos em um negócio próprio, por exemplo, não seria um caminho mais feliz?

Se você chegou até aqui, obrigado por ter gasto o seu precioso tempo, e me desculpe pelo texto tão longo. Mas esse não consegui achar uma maneira de resumir sem perder conteúdo que acho importante compartilhar.

Fica a reflexão.

Abraços,

sábado, 5 de agosto de 2017

Independência Financeira: parar de vez ou continuar fazendo algo que gosta?


Caros guerreiros do milhão,

Um dos assuntos mais recorrentes nos blogs da Finansfera é a sonhada “Independência Financeira”,  ou seja, ter um nível de recursos suficiente para manter o padrão de vida que se deseja sem precisar trabalhar, somente deixando o dinheiro (ou patrimônio) trabalhar por você.

Eu particularmente tenho uma visão um pouco diferente.  Não gostaria de parar totalmente, pois existem atividades que gosto muito de fazer, que atualmente são hobbies onde não tenho muito tempo para dedicar, então o natural seria me desenvolver mais ainda neles e eventualmente até gerar uma renda.

No meu caso, o principal hobby é a música. Durante muito tempo pratiquei guitarra e violão, e em um momento da minha vida já cheguei a pensar em viver disso.  Não sou nenhum Jimi Hendrix, Joe Satriani ou Stevie Vai, longe disso.  Mas dá pro gasto...Durante um tempo da minha vida também tive muito contato com as artes marciais mais tradicionais, até por isso o nome do blog, mais isso fica para um próximo post. 

Então, por que não fazer algo relacionado quando parar de trabalhar? Por exemplo, abrir uma pequena escola de música, ou loja de instrumentos musicais. Só o fato de estar sempre me relacionando com pessoas da área, participando de eventos, além de ter mais tempo para praticar o instrumento, tenho certeza que seria bem gratificante.

Mas por que você não faço isso agora?

Bem, confesso que já pensei nisso algumas vezes, mas acho que ter um plano de transição, com recursos suficientes para se manter se der tudo errado, é muito mais fácil.

Acabei me formando em outra área e seguindo carreira em grandes organizações, sempre mantendo os hobbies do jeito que dava.  Vamos dizer que optei pelo “certo” no lugar do “duvidoso”. Na época acreditava nisso, hoje tenho minhas dúvidas...rsrs

E quem aqui nunca pensou também em largar aquele emprego sacal das 08:00 às 17:00, ter que lidar com chefes idiotas e toda a politicagem das organizações, para fazer algo que gosta mais?  Ou, de repente, até se dedicar a aprender algo novo: cozinhar, marcenaria, fabricar cervejas... As oportunidades são infinitas...

Ao final das contas, acredito que uma “semi independência financeira”, onde você não para totalmente de trabalhar é muito mais viável do que simplesmente parar sem ter em mente o que fazer. Aquela idéia de parar para ficar com os pés esticados na cadeira de praia, tomando caipirinha e comento camarão, é sedutora, mas não sei se realmente é saudável para a mente. 

Em meu modesto ponto de vista, gastar seu tempo fazendo algo que lhe de prazer ou lhe gere alguma satisfação pelo resultado (exemplo: aprender algo novo), onde você possa interagir com pessoas, trocar experiências, e até ensinar os outros, é fundamental para manter-se feliz e realizado.  E, quem sabe, pode ser até suficiente para pagar algumas de suas contas.

Desta forma, passa a ser possível este modelo de “semi independência financeira”, onde a renda passiva pode ser complementada pela renda proveniente de algo que você goste muito de fazer.

E você? Como imagina a sua independência financeira? O que quer fazer quando chegar lá?

Abraços