domingo, 27 de maio de 2018

Lucrando na "desgraça": como pretendo ganhar dinheiro com a greve dos caminhoneiros...

Caros confrades e visitantes do blog.


Espero que estejam todos bem, com algum combustível no tanque e sem produtos de primeira necessidade faltando em casa.


Parece piada, mas esse é o país que vivemos. E, em minha modesta opinião, assim o será enquanto ficarmos assistindo passivos a um eterno governo gigantesco que só consome a riqueza gerada por nós, na forma de tributos, ou propinas, oferecendo muito pouco em troca.






Para mim, essa crise do preço dos combustíveis é só a ponta do iceberg. Os caminhoneiros pararam o país, e devem conseguir o que pedem para a categoria deles. Mas alguém terá que pagar a conta. Na economia real não existe almoço grátis. O governo irá baratear os combustíveis reduzindo o imposto incidente, mas deverá subir algum outro imposto para compensar. Quem duvida que logo vão começar a falar sobre a volta da CPMF novamente?


Em um estado gigante, com centenas de milhares de parasitas ganhando salários e benefícios sem produzir quase nada, por que não se fala em reduzir gastos do governo para poder reduzir impostos? Alguém acha que eles irão mexer nos próprios bolsos? Lembrando ainda que é ano de eleições.


Então, o que acho que vai acontecer é que o governo cederá aos caminhoneiros (usados pelas empresas transportadoras) e o setor deles sairá vencedor.


Mas e se outros setores importantes começarem a parar também? A usar a mesma estratégia? As finanças governamentais já estão estranguladas, o governo não tem para onde correr. É como cobertor curto. Dá mais para um e vai faltar para o outro.




Agora o mais importante: vocês viram o povo nas ruas apoiando os caminhoneiros? Agora já tem vídeos dos próprios caminhoneiros, dizendo que o povo se uniu a eles, pois não aguenta mais a situação do país do jeito que está. Milhares de pessoas nas ruas, em diversas cidades do país, marchando com suas bandeiras do Brasil, em apoio aos caminhoneiros, mas sem uma pauta  definida. Algo muito espontâneo, pois ninguém aguenta mais só dar dinheiro para o governo, mas sem nenhum foco.


No fundo, todo mundo está sentindo que a economia não está melhorando quase nada, o Brasil está se arrastando até as eleições, pra ver se chegando lá muda alguma coisa. Mas parece que nem o povo sabe o que quer. Ou não sabe como se mobilizar. Está pegando carona na manifestação dos caminhoneiros pra dar vazão a um sentimento de insatisfação geral.


Porém, sem lideranças para falar por ele, sem um sistema político que funcione, como responder ao que o povo pede? Através dos militares? Sinceramente, acho que governo militar também não vai resolver nada. Logo os caras irão se aproveitar de um esquema corrupto e serão mais do mesmo.


Estamos em um beco sem saída. O povo entrou na onda dos caminhoneiros, mas não acredita no sistema político vigente. Como externar, então, suas demandas? Quem será o porta-voz do povo nessa bagunça toda?




Aí a massa mais ignorante pode colocar um esquerdista de novo em Outubro, achando que podemos reviver o conto de fadas do Lulladrão na época de alta das commodities, e lá vamos nós pro buraco de vez. Talvez só passando pelo que a Venezuela está passando para esse país acordar.


Mas vamos ao que interessa nesse post.




Como pretendo ganhar com a crise?




Toda crise, por mais dolorida que seja,  revela suas oportunidades. Sempre que muitos estão perdendo de um lado, tem uma galera que está ganhando muito do outro.  E é o lado que quero estar.


Baseado em tudo isso que falei, a minha leitura é que o dólar irá subir ainda mais e a Bolsa cairá ainda mais. Mas quanto?


Partindo do pressuposto que essa crise dos caminhoneiros é apenas o começo, eu não acho loucura falar de uma queda adicional de 10 a 20% em Bolsa e o mesmo para a subida do dólar. Isso se o povo realmente comprar a idéia de continuar as manifestações nos próximos dias e o governo não conseguir botar um ponto final nessa crise. Essa é minha hipótese, o cenário que acho mais provável.




E por que eu penso assim? Porque estamos vivendo um momento de insatisfação generalizada e "pânico social". Mesmo sabendo que os fundamentos das empresas nada mudaram, acho que esses sentimentos podem contaminar os investidores e puxar a Bolsa ainda mais para baixo. Fora que haverá uma galera pesada que apostará nesse direção, forçando o mercado para baixo.


Essa é minha modesta opinião, e ditará como irei me posicionar com os investimentos nos próximos dias.


Então, já separei uma quantia para amanhã, sim amanhã, já começar a ficar vendido em Bolsa e comprado em dólar.


Lembro mais uma vez que isso não é recomendação. Não sou analista certificado, então não siga o que eu falo. Tome suas próprias decisões. Só estou compartilhado o meu racional e como vou especular nos próximos dias com essa situação e tentar faturar uma graninha.


Pretendo amanhã comprar PUTS (opções de venda), apostando na queda adicional da Bovespa, provavelmente alguma série de PETR4 e alguma de B3 (BOVA).


Adicionalmente vou alocar uma quantia boa em um fundo cambial, para me proteger do futuro nada promissor que, acredito, nos espera.


Que a força esteja com todos nós!!






Abraços





































quarta-feira, 23 de maio de 2018

"Quanto mais se ganha, mais se gasta" - o paradoxo da vida corporativa

Caros confrades da Finansfera e visitantes do blog.

Esperam que estejam todos bem.

Essa semana, conversando com meu chefe sobre carreira, sobre a situação da empresa (que não está muito bem agora) e outros temas relacionados ao trabalho, houve um daqueles raros momentos onde a pessoa fica tão à vontade que passa a contar a história de sua vida.

Então, falando de sua carreira, ele me confidenciou que sempre optou por uma trajetória de crescimento mais lenta e gradual, mostrando até um certo comodismo de quem não gosta de correr muitos riscos.  

Ele já está beirando seus sessenta anos de idade, tendo passado por umas três ou quatro empresas, em mais de trinta anos de carreira, e possui hoje um cargo executivo de alta relevância na organização. Seguramente tem um salário bem alto (chuto algo acima de 30K por mês), fora bônus bem gordos e alguns benefícios comuns a essas posições, como plano de saúde top e plano de previdência com boa contribuição da empresa.

Porém, como todo bom representante da comunidade dos blogs de finanças, sempre me pergunto: "será que esse cidadão soube gerenciar bem o seu dinheiro ao longo da vida? Construiu um bom patrimônio, que lhe gere uma renda passiva interessante? Tem um plano B caso as coisas dêem errado?".

A resposta, para surpresa de muitos, é um retumbante NÃO. Obviamente que não tenho intimidade para perguntar se a pessoa juntou uma quantia X ou Y ao longo da carreira, se soube investir o dinheiro, etc. Mas geralmente as pessoas deixam transparecer evidências bem claras de onde se encontram na escala da Independência Financeira.

O fato é que, em decorrência da situação financeira da empresa, e a falta de melhores perspectivas, já está rolando o famigerado "facão" na organização, ou seja, demissões em massa.  E nesses momentos, percebe-se claramente o nível de desespero daqueles que estão longe da independência financeira.

Geralmente esse grupo é bem fácil de identificar: consomem acima de suas possibilidades (gastam mais do que ganham), via de regra são salvos por receitas não recorrentes (13o, férias, bônus), tem nível baixo de educação financeira (tem orgulho de usar seu cartão Infinity ou do Itaú Personalité - mas não tem noção de quanto pagam por esses serviços) e, em muitos casos, a mulher não trabalha e tem um nível muito alto de consumo, principalmente no cartão de crédito.



Obviamente, que o cidadão em questão se encaixa nesse grupo, até pelo desespero que tem mostrado desde que a empresa engatou "ladeira abaixo".  Então, voltando ao início, quando ele me disse que sempre preferiu crescer de forma lenta e gradual, em lugares onde tivesse uma certa estabilidade, pensei comigo mesmo: "é bom você rezar então pra que esse crescimento lento e gradual nunca acabe, pois o tombo será muito forte e dolorido", dado o alto padrão de vida e consumo de sua família.

Infelizmente, essa situação é muito comum em nossa classe média. A pessoa vai subindo de posição e cargos em uma organização e quanto mais ganha, mais gasta.


Mas o que vejo de mais importante, e mais grave, nessa situação, é que geralmente as pessoas que tem um emprego desse nível, parecem meio anestesiadas da situação ao redor. Estão em uma zona de conforto muito perigosa, se achando eternos merecedores daquela posição por todo o seu histórico de crescimento na carreira. Me lembra aquela história do sapo escaldado na panela. Enquanto a água vai esquentando ele vai ficando acomodado, sem perceber que está muito próximo de morrer cozido.

Por outro lado, eu tenho passado pela mesma crise que essas pessoas, aguardando o mesmo "facão", mas, incrivelmente, estou muito mais tranquilo. E qual é o segredo?

Simples, é somente o resultado do esforço desprendido nos últimos anos para fazer patrimônio e buscar algum nível de independência financeira.

Apesar de ainda estar longe de onde gostaria de estar, em termos de patrimônio ou renda passiva, a reserva que construí até agora me permitiria passar uns anos sem um trabalho formal, ou "emprego", e pela primeira vez na vida eu vejo que isso não seria o fim do mundo. Depois de muito tempo, consigo ver uma situação dessas mais pelo lado da oportunidade do que da tragédia.

Mesmo que tivesse que queimar patrimônio durante algum tempo, tenho certeza que logo teria algo para me gerar renda. Talvez não no mesmo nível de meu emprego anterior, ao menos no começo, mas certamente após um tempo teria outra fonte de renda fazendo um trabalho mais autônomo e com horários mais flexíveis.

Amigos, sei que isso pode parecer uma grande viagem, mas qual é a grande mensagem aqui?

À medida que você avança no caminho da independência financeira, e começa a formar algum patrimônio, chega um momento que começa a ver uma luz no fim do túnel.  Você começa a perceber lá no fundo uma tranquilidade que não tinha antes e consegue se manter mais sereno em situações onde a maioria das pessoas perderia o controle.

Parece meio louco, mas lá no fundo, algo lhe diz que, se você perder o emprego por exemplo, pode até ser uma coisa boa. Um gatilho para começar coisas que sempre quis e nunca teve coragem.

Por isso que repito, o que muitos já falam aqui: faça sua reserva de emergência, que lhe permita viver pelo menos um ano sem trabalhar. Depois continue poupando e investindo mais. Para isso, poupe pelo menos 20% do que ganha, sem desculpas. Sei que para muitos pode ser bem difícil no começo, mas é o único caminho para as pessoas que tem um emprego "normal".

Não vou passar o "beabá" aqui, pois tem muito blog melhor que o meu onde tem todo o passo-a-passo pra se começar a poupar, investir e buscar a IF. Prefiro compartilhar meu aprendizado  contando minhas histórias e experiências, ao invés de passar "material técnico".

Por hoje é só....  eu quis compartilhar um pouco desse sentimento de tranquilidade que todos devemos conseguir na busca da IF. O sentimento de, aos poucos, deixar essa "matrix" que domina nossas mentes, da rotina de trabalho 8 x 5, da dependência de um bom salário, e de toda a cultura consumista que move a classe média atualmente.

Abraços






















sábado, 19 de maio de 2018

Como o Trump me ajudou a lucrar mais de 1000% em opções de compra de Petrobrás esse mês

Fala galera,




Este mês tive uma excelente surpresa: acertei um trade com opções "na veia" e tirei R$5.824,55 de lucro tendo investido aproximadamente R$500,00 em opções de compra de PETRO4 e vou explicar como isso ocorreu.




Mas antes de entrar nos detalhes, gostaria de lembrar a todos mais uma vez: não sou analista de investimentos certificado e o que passo aqui não deve ser visto em hipótese alguma como recomendação. Acrescento ainda que o mercado de opções oferece altíssimo risco, muitas vezes ilimitado (no caso de você vender opções ao invés de comprar) então, por favor, não sigam o que falo aqui. Somente compartilho minhas experiências, para que cada um tire suas próprias conclusões e tome suas próprias decisões.
 


Como comentei no meu último post, que já faz mais de um mês, eu estava bastante inclinado a apostar em opções de compra de PETRO4, em função do ataque com mísseis que o Trump e sua turma (França e Grá-Bretanha) haviam realizado recentemente.




Minha tese era de que o Trump iria "endurecer o jogo" com a Síria e que aquele ataque era um sinal claro que que os EUA não desistiriam da Síria tão cedo e, mais importante, não abandonariam o tabuleiro do jogo geopolítico no Oriente Médio de forma geral. Nesse último caso já estou falando de uma questão que envolve um conjunto maior de países, mas principalmente, as potências ocidentais, Israel e até mesmo a Arábia Saudita de um lado, versus Rússia, Irã e o governo sírio atual (Bashar Al Assad) do outro.


Então, acompanhando o desenrolar do jogo geopolítico, acreditei baseado nos acontecimentos, que havia uma probabilidade alta de uma subida no preço do petróleo. E isso teria impacto imediato na cotação das ações da Petrobrás.


Sinceramente, eu não esperava que logo em seguida o Trump ainda abandonasse o acordo nuclear com o Irã. Imaginava ganhar uma graninha com as opções com a escalada do conflito na Síria. Mas a escalada do conflito com o Irã no mesmo mês, foi para mim uma grata surpresa, que fez subir muito mais a cotação do barril do petróleo, e consequentemente de PETR4, e alavancou ainda mais meus ganhos com opções.


Em seguida vou explicar mais detalhes do Trade. Para quem não está familiarizado com opções, sugiro que procurem por algum material básico antes, ou podem não entender muito do que vou falar abaixo.


Como operacionalizei - Compra de opções de Compra (CALL) de PETR4 e exercício das opções com venda imediata


Há pouco menos de um mês, para iniciar a operação, vi que a cotação de PETR4 estava oscilando em torno de 20 reais. Procurei pelas cotações de opções de Compra (CALL) de PETR4, com diferentes strikes (preço de exercício).


Optei por comprar um lote de PETRE22E, que não estava necessariamente barato (que eu me lembro estava em torno de R$0,30 ou R$0,40 por opção). Acabei comprando um lote de 500 PETRE22E, com vencimento em 21/5. Ou seja, em 21/5 eu teria o direto de comprar 500 ações PETR4 ao preço de R$22,00.


Ao longo do mês acompanhei em alguns dias a evolução das cotações e na semana passada vi que já estava muito acima do meu target. Liguei para a corretora na Sexta-feira 18/5 e perguntei se já poderia exercer a compra, e a atendente da mesa de operação me confirmou que sim. Como nessa data PETR4 chegou a R$27,50, pedi para exercer o meu direito de compra e fazer a venda  imediatamente na cotação de mercado.


Nesse caso, não foi preciso ter o valor referente às ações em conta corrente. Exerci meu direito de compra a R$22,00, imediatamente vendi a R$27,40, e o valor (lucro bruto - taxas) será depositado na conta em D + 3. Ou seja, na próxima Quarta-feira.


Só que eu também havia comprado um lote maior de opções de PETRE24E, opções de compra com strike de R$24,00. Como na época essas opções estavam bem mais baratas, pois o strike estava muito acima da cotação da época, comprei 1000 opções (ou 1 kilo de opções, como costumam dizer os traders).


Não vou aqui detalhar linha por linha o comprovante que a corretora me enviou, que tenho em mãos agora, e também não consultei as ordens originais de compra das opções para ver o valor exato investido. Só lembro que era aproximadamente R$500,00 mesmo. Mas o resumo é o seguinte:


Investi inicialmente um total de aproximadamente R$500,00, apostando em uma alta acima de 10% em  PETR4 em um período um pouco menor que 1 mês, baseado na hipótese acima que já expliquei. Isso para o lote de 500 opções PETRE22E.


No caso do segundo lote, de 1000 opções PETRE24E, eu realmente apostei em um cenário ainda mais improvável: uma subida acima de 20% na cotação de PETR4 em menos de 1 mês.


Felizmente ambos os cenários ocorreram. Lembrando que, se em 21/5 a cotação de PETR4 estivesse menor que R$22,00, eu teria perdido todo o dinheiro investido, os R$500,00 iniciais. Assim é o mercado de opções: se na data de vencimento, a ação não estiver acima do strike (para opções de Compra), as opções viram pó.


Ao final do trade, descontando as taxas da corretora, embolsei R$ 5824,55, tendo investido aproximadamente R$500,00. Ou seja, multipliquei o capital em mais de 11 vezes.


Gostaria de reforçar mais uma vez que os riscos envolvidos em opções são altíssimos. Esses R$500,00 eram um dinheiro que eu toparia perder tudo, e sabia que poderia ocorrer.


Além do mais esse foi só um trade que deu certo. Já teve algumas vezes que investi em opções, carreguei até o vencimento, e viraram pó. Ou seja, um dia você multiplica seus R$500,00 por 5, 10 ou 15 vezes, mas outras vezes vira pó. O que te mantém no jogo é acertar mais do que errar.


Mais uma vez: compartilhei esse trade, para fins didáticos, para que se entenda a complexidade e os riscos envolvidos. Cada um tem que saber o tamanho do risco que quer correr. O capital que eu coloco em opções é o "dinheiro de pinga" para mim. Algo que topo perder e que não me fará falta.


Nunca invista em opções um valor que poderá te fazer falta ou que seja relevante perto do total de sua carteira. Eu diria para colocar, no máximo 0,1% de seus investimentos financeiros em opções.


E eu nunca vendo opções, nunca fico vendido em opções, pois o risco é ilimitado.


Abraços