quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Medo de perder o emprego: quando as pessoas vendem a alma para o diabo

Fala pessoal, tudo bem?

Ultimamente tenho passado por algumas situações no trabalho, onde tenho tido a oportunidade de observar como muitas pessoas agem, de forma não muito ética, em situações extremas.

O fato é que onde trabalho hoje, assim como em muitas outras empresas no Brasil, as perspectivas de futuro são bem ruins agora. E vem se deteriorando de forma muito rápida nos últimos meses.

Como o país está nessa eterna indecisão, esperando as eleições com alguma esperança da economia melhorar um pouco, os empresários não investem na economia. Consequentemente, não são gerados empregos, a renda média da população não aumenta, e tudo fica na mesma. Então, no caso de empresas que estão fechando no vermelho há muito tempo, a chance de quebrar é muito grande, caso não haja uma redução drástica de custos. 

Isso é o que acontece hoje onde trabalho, e em muitas outras empresas de meu setor.

Mas o que quero falar hoje não é sobre economia, e sim sobre o comportamento das pessoas. Especialmente sobre como as pessoas, quando deparam-se contra uma situação de emprego ameaçado, fazem de tudo para manter sua vaga, pelo menos o maior tempo possível. E fazem tudo o que for preciso (tudo mesmo, talvez até matar) para garantir sua fonte de renda por mais tempo.

Onde trabalho hoje, todos sabem que haverá em breve uma onda de demissões. Só a diretoria finge que ninguém sabe (mas era para ser sigilo absoluto). Vocês sabem, melhor que eu, que brasileiro é um bicho fofoqueiro, então mesmo aqueles com cargos mais altos não conseguem manter sigilo quando lhes é pedido. E algumas pessoas vazam esse tipo de informação para as pessoas "certas", que irão se encarregar de espalhar em todos os corredores e máquinas de café.

Então, o que tem acontecido é que já se sabe que uma série de pessoas será mandada embora, só não se sabe exatamente quando.

No meu caso, tudo indica que serei uma delas. Desde que a informação vazou, meu chefe começou a agir de maneira bem estranha, começou a se envolver em todos os meus assuntos no nível de detalhes. E começou a pedir informações direto a meus subordinados. E isso tem acontecido com alguns pares meus também.

Mas, depois de passar por algumas semanas terríveis, em termos de preocupação, daquele medo cego de não saber o que fazer depois, agora não estou achando ruim sair da empresa. Pois já estou de saco cheio de um ambiente podre, que se deteriorou demais, então prefiro sair agora do que ficar na leva dos que fecharão a empresa e apagarão a luz.

Mas o que eu queria compartilhar são alguns exemplos do ponto que seres humanos chegam a se tratar no trabalho, para manter seus empregos.

É impressionante. É gente entrando e saindo de sala de reunião o tempo todo para fazer fofoca, gente falando baixinho, murmurando nos corredores. Gente inventando mentira o tempo todo. É puxa-saco chorando porque o antigo chefe foi embora, e não tem mais a quem recorrer. Eu nunca tive a oportunidade antes, de testemunhar um experimento social dessa magnitude. Um grupo grande de pessoas reagindo ao caos. Parece aquelas experiências com ratos, onde você os submete a todos os tipos de estresse para medir as reações. 

E um dos tipos de gente mais deploráveis que tenho visto em todo esse processo, é gente que se alimenta da desgraça dos outros. É sadismo puro, um lance meio de psicopata mesmo. São alguns que estão em cargos mais altos, que participam do processo decisório, e até definem os nomes a serem desligados. E ficam fazendo terrorismo com que está abaixo. Tipo "jogando alguns verdes" sobre a situação, sem falar abertamente o que vai acontecer. 

Se eu ficar listando os absurdos que tenho visto nas últimas semanas, daria para escrever um livro de psicologia. Nunca imaginei que veria tanto desespero e todo tipo de comportamento ruim em um curto período de tempo. 

No final, acho que é aquele lado do cérebro mais "animal" sendo acionado. A parte do instinto de sobrevivência mesmo. 

Mas no meu caso, o lado bom é que posso ficar muito mais tranquilo que a maioria devido ao patrimônio que acumulei nos últimos anos. Daria para viver uma semi-independência financeira por alguns anos. Ou seja, a renda passiva pagaria parte das minhas contas, e eu precisaria completar com só mais um pouco, que é bem menos do que meu salário atual.

O problema é que ser humano teima em não ser racional. Tem todo aquele lado da autoestima, da sensação de estar sendo enganado, ou usado, pelos superiores. Sensação de que eles estão ganhando tempo, tentando esconder a situação, antes que todos pulem fora do barco de uma vez só, e não sobre ninguém para executar, só para comandar.

Então hoje estou em um dilema. Chutar o balde e sair por cima, ou esperar um pacote de demissão que  pode rolar (já rolou em uma onda de demissão anterior). Nesse caso, além do FGTS e 40%, eles dariam alguns salários a mais e a extensão de alguns benefícios por mais alguns meses, como o plano de saúde. Mas não é certeza que haverá esse pacote. 

Então, meus amigos, quanto vale o preço de sua sanidade mental, de sua saúde física e de deixar um ambiente tóxico logo? Será que eu espero o provável pacote? Ou pulo fora logo?

Por enquanto estou ficando para pegar esse bônus extra. Mas não sei até quando vou aguentar, antes de "meter o pé".

E vocês, o que fariam nessa situação?

Abraços

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Meus últimos trades com ações e opções: ótimos resultados e método simples

Fala pessoal, espero que todos estejam bem. 

Post rápido hoje, para compartilhar os ótimos resultados que venho tendo desde que resolvi voltar a fazer trades com mais frequência. 

Resolvi fazer isso, pois vejo uma grande oportunidade de ganhar dinheiro com a alta volatilidade decorrente das eleições. Principalmente com opções e algumas ações que respondem mais fortemente à: 

1. Notícias positivas / negativas no campo político;
2. Variações da cotação do dólar. 

Então venho novamente bater na tecla de que, sim, se você tiver uma boa leitura dos diferentes cenários possíveis, decorrentes no nosso jogo político, juntamente com algum conhecimento de como anda a economia no Brasil e no mundo, é possível ter uma rentabilidade bem interessante. 

Resumidamente, em Agosto, consegui tirar até agora aproximadamente R$2000,00 de lucro sobre aproximadamente R$22.000 investidos nos trades, e vou dar alguns exemplos abaixo. 

Antes de prosseguir, gostaria de lembrar que trades com opções são de altíssimo risco, onde você pode perder 100% do capital investido. Por isso que coloco pouco dinheiro nesse tipo de operação. E estou tentando fazer trades curtos, com um lucrinho de dois dígitos, que para opções é bem comum, para realizar e sair fora logo. 

Quanto ao método, estou testando um híbrido entre analisar o que pode acontecer no mercado no curto prazo, em função do cenário político-econômico, aliado a um pouco de análise técnica. 

Hoje chequei o resultado acumulado dos trades que eu abri desde o dia 3/8. Fechei dois no dia 17/8, que eram com opções sobre ações de PETR4 e VALE3. Isso foi na última Sexta, e como era o penúltimo dia antes do exercício de opções, era o último dia para vender as opções compradas e me desfazer das posições. Eu tinha um lote de puts PETRT69 e o outro lote de calls VALEH517.

Esse foi o único trade mais arriscado, onde eu já estava prestes a perder todo o capital investido nessas opções. Mas como comprei opções tipo OTM (out of the money), paguei muito barato. No lote de 1000 PETRT69, paguei 0,15 a opção. Ou seja, investi R$150,00. Na VALEH517, paguei R$0,32. 

O racional desse trade para VALE foi baseado em análise técnica, e para a PETRO foi na análise do cenário macro mesmo, nem me preocupei com análise técnica. Comprei esse último lote assim que saíram notícias de que o PT começou a se movimentar fortemente junto ao TSE, STJ e até ao STF (ministro Fachin) para tentar soltar o barbudo novamente. Confesso que achei que o desgraçado seria solto. Então a chance dos fatos puxarem a cotação de PETR4 para baixo era muito alta e iminente, por ser uma estatal altamente sensível ao noticiário político. 

Somando-se a isso, começaram a aparecer as primeiras pesquisas mostrando o quanto se espera de transferência de votos do ex-presidente presidiário para seu novo poste, o Haddad. Como PETR4, o ativo subjacente, estava se segurando na casa dos R$20,00, mesmo com todo o noticiário negativo, resolvi comprar PUTS, ou seja, apostar na queda. E o movimento mais brusco de queda veio logo na Sexta, dois dias antes do vencimento. 

Resultado: fechei posição em ambas as séries de opções com lucro total de aproximadamente R$600,00, para um investimento inicial de pouco menos de R$500,00. Lucro acima de 100%. 

Essa semana, comecei a analisar as séries de opções com vencimento em Setembro, e mais uma vez resolvi apostar contra PETR4. Olhei o preço da ação na semana versus o noticiário político. E novamente para mim estava na cara que havia mais chance de cair do que de subir. Ou que, pelo menos, eu poderia tirar um troco com a volatilidade. 

E não deu outra. Ontem comprei 2000 opções da série PETRU37, uma put (opção de venda), a R$0,50. Ou seja, investi R$1000,00. Dessa vez não comprei tão "out of the Money", ou seja, comprei não tão longe da cotação da ação no momento. Por isso o trade andou mais rápido. A opção fechou o pregão hoje a R$0,59, ou seja, se eu vender nesse preço amanhã minha rentabilidade será de 0,59/0,50 = 18%. Já estou lucrando R$180,00. Em um dia. 

A partir daqui tenho dois caminhos: vender amanhã, se a cotação ainda estiver favorável, e realizar esse lucro, OU, apostar em uma queda maior de PETR4 dentro do período até o vencimento dessa série de opções. Então preciso dar uma olhada no gráfico e indicadores de PETR4 ainda hoje para ter uma idéia do que fazer. 

Ontem também comprei um lote de 400 ações de SUZB3, e consegui pegar um movimento muito forte de subida. Ao final do dia de hoje, minha rentabilidade com esse trade era de aproximadamente 6% e quase R$1000,00 de lucro em um dia. 

O racional de ter comprado SUZB3 (Suzano Papel e Celulose) é por ser uma forte exportadora, com receitas altamente correlacionadas ao dólar. Das ações desse tipo que já tive até hoje, a Suzano é a que mais responde à variações da cotação do dólar. E analisando o cenário macro, eu esperava uma subida do dólar, o que ocorreu. Passou dos R$4,00 hoje. 

Amigos, não sou nem pretendo ser nenhum gênio das finanças, longe disso. Só sou alguém que estuda bastante e testa alguns métodos baseados em premissas bem simples, como as regrinhas abaixo: 

1. Fatos políticos favoráveis à candidatos de esquerda: Bolsa cai e dólar sobe (e estatais tendem a sofrer mais); 

2. Fatos políticos favoráveis à candidatos com viés mais reformista, pró-mercado: Bolsa sobe e dólar cai.

Somando-se a essas regras, vale à pena acompanhar também o cenário externo, o que faço através do site da Bloomberg principalmente. Se existe expectativa de subida de juros nos EUA, dinheiro estrangeiro sai da Bolsa brasileira e volta para lá, fazendo Bovespa cair, e vice-versa. 

Lógico que a análise não é tão simplista assim. Mas isso é o básico para entender como o mercado reage ao noticiário político-econômico. 

Fora isso, estou aprendendo mais análise técnica, para tornar minhas teses mais robusta. Eu mesmo, com todos esses resultados positivos, ainda tenho medo de perder com opções. Por isso que o capital empregado é sempre pequeno, pelo menos em relação a meu patrimônio. 

Lembro também que meu foco principal não é trade. Grande parte do meu patrimônio está investido de forma tradicional: em renda fixa, ações em Buy&Hold, e imóveis. Separei  pouco mais de R$20.000,00 para ficar fazendo trades, para testar os métodos e aprender com o processo.

No final vou ver se tudo isso valeu à pena ou se era melhor ter deixado tudo em Buy&Hold, ficar aportando e esperando o efeito dos juros compostos. 

Assim que for ganhando, ou perdendo, e avançando nos trades, vou trazendo as novidades aqui. 

Abraços










segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Por que todo mundo quer sair do Brasil? Não dá para ficar e ajudar a melhorar?

Caros confrades e visitantes,

Tenho notado a quantidade absurda de pessoas que buscam hoje uma maneira de sair do Brasil, para tentar uma vida melhor em outro país.

Por razões óbvias, Portugal parece ser o destino mais procurado. Mas, de forma geral, Europa e Estados Unidos são os destinos preferidos de quem quer deixar o eterno "país do futuro" para trás.

Não gosto muito do Datafolha, por sempre tentarem influenciar o processo eleitoral, mas parece que eles até tem alguma serventia para pesquisas mais simples. E, segundo matéria de Junho/18, no link abaixo, 56% dos adultos com nível superior deixariam o Brasil de pudessem.

https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/06/se-pudessem-62-dos-jovens-brasileiros-iriam-embora-do-pais.shtml

Isto é alarmante, pois, em um país onde as coisas já vão de mal a pior, como seria com a massa mais preparada intelectualmente "abandonando o barco"? Será que rapidamente nos tornaríamos uma Venezuela?

Mas será que realmente é tão bom assim deixar tudo para trás e tentar uma vida fora? 

Acho que vai depender muito da situação de cada um. Conheço muita gente com curso superior que foi para países como a Inglaterra e está "camelando" no que seriam sub-empregos para quem estudou a vida inteira. Trabalham no que aparecer, desde faxina, construção até atendente em pubs. 

Já comentei em post passado a experiência que tive vivendo fora do país, e os obstáculos que poucos falam.

https://www.blogger.com/blogger.g?rinli=1&pli=1&blogID=1725772646340235462#editor/target=post;postID=7097225884475166164;onPublishedMenu=allposts;onClosedMenu=allposts;postNum=3;src=postname

Porém, a grande questão que eu queria trazer aqui hoje está relacionada a uma certa miopia, ou talvez comodismo do brasileiro. Ou não enxergamos a situação como ela é, ou não queremos enxergar para não ter que enfrentá-la. 

Por que somos tão passivos a ponto de desistir do país ao invés de lutar para melhorar as coisas?

A coisa mais fácil de achar no YouTube são vídeos de brasileiros no exterior, que já imigraram, a maioria reclamando de alguma coisa. Mesmo quando assisto a vídeos de pessoas que falam bem dos países onde vivem, não sinto aquela felicidade verdadeira, parece um lance meio forçado, de orgulho mesmo, de não querer admitir que não é tão bom quanto se imaginava. 

Não quero afirmar que imigrar é ruim, nem defender o Brasil com unhas e dentes. Afinal de contas, se considerarmos a quantidade e a gravidade dos problemas que temos aqui (homicídios, desemprego, corrupção, mentalidade marxista esquerdopata nas instituições de ensino, etc.), ninguém deveria pensar duas vezes antes de "picar a mula". 

Mas por que pouquíssimas pessoas fazem algo para mudar o país para melhor?

De forma geral, acho que podemos dividir as pessoas no Brasil entre três grupos: a maioria que não quer se envolver, assiste a tudo passivamente, e acha que alguma solução vai cair do céu, uma outra parte bem grande de gente que só reclama e, por último, um pequeno grupo que pode influenciar as coisas. 

E esse último grupo é formado por aqueles que, direta ou indiretamente, se envolvem com a Política. Inclui-se aqui, também, todos aqueles que se beneficiam da situação exercendo pressão política em benefício próprio (ex: funcionários públicos, sindicatos, etc.). Então, dependendo do seu posicionamento, podem influenciar de forma positiva ou negativa. Podem melhorar ou piorar. 

Acontece que, se você pertence ao primeiro ou segundo grupo, não adianta reclamar depois. Se você é daquele que acha que o problema "é dos políticos", daquele que vota nulo ou em branco, que acha que brasileiro não tem jeito, então resta aguentar o que vier depois. 

Como já dizia Platão: 



Esses dias fiquei sabendo que um rapaz bem novo, que ficou em minha empresa por poucos anos, está se candidatando a deputado federal. Currículo de primeira, estudou em faculdade de primeira linha e está entrando na política porque quer mudar as coisas.  

Pode ser engolido pelo sistema e virar mais um na lama política? Com certeza. 

Mas é mais um que está tentando. Assim como muitos outros jovens que vejo entrando na política através de partidos menores, gente como a gente, ao contrário "políticos profissionais". 

Parece haver uma certa resistência aparecendo, um interesse renovado de alguns em participar e influenciar o processo político. 

Mas, em minha opinião, enquanto todos nós não passarmos a participar de alguma forma mais ativa, pelo menos cobrando, fiscalizando, fazendo pressão, ou até mesmo filiando-se e candidatando-se, os maus vencerão. 

Não adianta espernear nas redes sociais, bater panela ou ir em passeatas de Domingo quando a coisa vai mal. 

Se você acredita que alguém te representa, tem um programa que atenda seus interesses, e quer fazer o bem, apoie-o. Mas cobre também. Dia após dia. 

Então, se você optou por ficar no Brasil, ao invés de abandonar o barco, participe de discussões, entenda as idéias propostas, escolha bem seus representantes, e fiscalize, sem dó. 

Não vejo outro jeito de tentar melhorar o país. Mas ainda não desisti do Brasil. 

Abraços



















sábado, 4 de agosto de 2018

Desenvolvimento pessoal e seu impacto sobre o patrimônio

Caros confrades da Finansfera e visitantes do blog, 

Até uns sete ou oito anos atrás eu tinha uma vida financeira de brasileiro padrão de classe média. Ou seja, estava preocupado em ter um bom emprego, que me trouxesse um certo conforto. E apesar de já ter tido bastante experiência em Bolsa e outros investimentos no passado, estava muito indisciplinado para poupar. Juntava pouco, ou quase nada. 

Na época eu tinha acabado de conseguir um emprego muito bom, e ao mesmo tempo estava engatando um novo relacionamento também, então estava com um mindset muito mais de curtir a vida do que poupar. Além disso, esse emprego veio logo após de alguns meses desempregado, tendo feito somente alguns trabalhinhos esporádicos como PJ. 

Acontece que após alguns anos veio a crise de 2015, e o apocalipse chegou à empresa, gerando reduções de pedidos, demissões e até redução de jornada de trabalho com redução de salário. 

A partir daí, as contas começaram a apertar, e caí na real novamente. Começei, então, a planilhar meus gastos, cortar supérfluos e voltar a poupar novamente.  O básico, que nunca deveria ter deixado de fazer. 

Porém, algo que nunca cortei foram gastos com educação e qualificação profissional. Nunca tirei da minha cabeça que, independentemente de crise, eu teria que estar sempre me qualificando para diferenciar-me da massa. Além disso, dediquei esses últimos sete anos a qualificar-me de tal maneira a ser visto como referência em minha área, e até em minha região. 

Fiz isso me conectando aos melhores profissionais da especialidade que domino, buscando mais conhecimento em treinamentos, e tentando participar de encontros e seminários sobre o tema, como palestrante. Na verdade, isso também foi uma forma que encontrei de melhorar um de meus maiores gaps, que era o medo, ou falta de confiança em falar em público. 

Confesso que no começo foi bem difícil. Me lembro bem de um seminário, que enchi o saco da organizadora (que eu conhecia) para que deixasse eu palestrar. Era um daqueles eventos de dois dias, onde as pessoas pagavam em torno de 600 a 700 reais para ouvir pessoas como eu, teoricamente "experts" em suas áreas, em um determinado tema comum a todos. 

Foi simplesmente um fracasso retumbante. Foi horrível. Não me preparei bem, me perdi no tempo. Quando acabou o tempo, faltavam ainda uns 15 slides e "larguei o pau" na apresentação, fiquei nervoso, e a pessoa com a plaquinha de tempo mandando eu terminar. Nunca mais me chamaram para esse evento. 

Mas temos que aprender com as experiências e melhorar. Levantei a cabeça e não desisti. 

Procurei insistir em eventos menores, fui melhorando gradualmente. Os elogios passaram a aparecer ao final das apresentações, e fui ganhando confiança. 

Hoje, após muitos anos tentando e melhorando, já cheguei a fazer uma apresentação em um evento muito maior, inclusive com convidados internacionais. Não vou dizer que sou o papa das palestas agora. Mas meu nível melhorou até o ponto que me permite participar de eventos junto a diretores de empresa, por exemplo. E me conectar com essas pessoas. 

Tudo isso me possibilitou progredir na carreira, conseguindo depois uma vaga gerencial em outra empresa, que me fez mudar de patamar em termos de ganhos, mas de responsabilidades também. 

E é a partir daí que volto no título do post: qual foi o impacto de desenvolvimento pessoal sobre meu patrimônio?

O grande salto que dei em meu patrimônio foi depois de: 

1. Me desenvolver de forma a estar apto a uma posição que pagasse muito melhor;
2. Me esforçar para obter um bom desempenho na nova organização de forma a ganhar melhores bônus;
3. Desenvolver meus conhecimentos financeiros para gerenciar e aumentar o patrimônio. 

Percebam que em nenhum momento falei dos aportes regulares. Lógico que eles tem sua importância. Mas, no meu caso, o grande salto, que fez meu patrimônio mudar de patamar foram os bônus na remuneração, que normalmente são pagos para cargos executivos (gerentes, diretores e presidentes). 

Outras coisa que começou a contribuir também, dentro do item 3, porém mais recente, foi fazer alguns negócios de oportunidade com imóveis, compra e venda com lucro (isso fiz uma vez até agora, é algo que estou começando, mas quero fazer umas duas vezes por ano, se possível). 

Então a grande mensagem que fica é: aportes são importantes, mas existem outras maneiras de dar "saltos de patrimônio". Logico que você tem que atingir um nível de capital antes, que te permita "empatar" valores consideráveis em um negócio de oportunidade. 

E tem a questão dos bônus. Quanto mais alto você chega na organização, mais você participa na distribuição do lucro. Então aqui vejo dois caminhos: ou você busca subir na hierarquia como empregado, até chegar em cargos executivos, ou vira dono do seu próprio negócio.

Então, realmente tenho minhas dúvidas se só aportar continuamente e esperar o efeito dos juros compostos é o melhor caminho para atingir um patrimônio considerável, em um período não muito longo, que te dê liberdade financeira para escolher sair do trabalho padrão 9 X 5 e viver de algo mais flexível. 

Pretendo seguir nessa pegada por mais 7 anos, se tudo der certo no Brasil a partir desse ano. Tudo dependerá dessas eleições em Outubro. Se entrar alguém que se comprometa com as reformas e em impulsionar a economia novamente, vejo um grande potencial de atingir a IF até antes disso. Quem sabe em cinco anos. 

Mas se entrar um esquerdista para afundar o barco de vez, vou ter que achar outras alternativas.

Mas a mensagem principal que eu queria passar é que só começei a prosperar a partir da elevação das minhas competências, isso me permitiu buscar oportunidades com remuneração acima da média, maior participação nos lucros e, multiplicação desse lucros através do conhecimento financeiro. 

No final, acabamos voltando à conhecimento. É a base de tudo. 

Abraços