sábado, 4 de agosto de 2018

Desenvolvimento pessoal e seu impacto sobre o patrimônio

Caros confrades da Finansfera e visitantes do blog, 

Até uns sete ou oito anos atrás eu tinha uma vida financeira de brasileiro padrão de classe média. Ou seja, estava preocupado em ter um bom emprego, que me trouxesse um certo conforto. E apesar de já ter tido bastante experiência em Bolsa e outros investimentos no passado, estava muito indisciplinado para poupar. Juntava pouco, ou quase nada. 

Na época eu tinha acabado de conseguir um emprego muito bom, e ao mesmo tempo estava engatando um novo relacionamento também, então estava com um mindset muito mais de curtir a vida do que poupar. Além disso, esse emprego veio logo após de alguns meses desempregado, tendo feito somente alguns trabalhinhos esporádicos como PJ. 

Acontece que após alguns anos veio a crise de 2015, e o apocalipse chegou à empresa, gerando reduções de pedidos, demissões e até redução de jornada de trabalho com redução de salário. 

A partir daí, as contas começaram a apertar, e caí na real novamente. Começei, então, a planilhar meus gastos, cortar supérfluos e voltar a poupar novamente.  O básico, que nunca deveria ter deixado de fazer. 

Porém, algo que nunca cortei foram gastos com educação e qualificação profissional. Nunca tirei da minha cabeça que, independentemente de crise, eu teria que estar sempre me qualificando para diferenciar-me da massa. Além disso, dediquei esses últimos sete anos a qualificar-me de tal maneira a ser visto como referência em minha área, e até em minha região. 

Fiz isso me conectando aos melhores profissionais da especialidade que domino, buscando mais conhecimento em treinamentos, e tentando participar de encontros e seminários sobre o tema, como palestrante. Na verdade, isso também foi uma forma que encontrei de melhorar um de meus maiores gaps, que era o medo, ou falta de confiança em falar em público. 

Confesso que no começo foi bem difícil. Me lembro bem de um seminário, que enchi o saco da organizadora (que eu conhecia) para que deixasse eu palestrar. Era um daqueles eventos de dois dias, onde as pessoas pagavam em torno de 600 a 700 reais para ouvir pessoas como eu, teoricamente "experts" em suas áreas, em um determinado tema comum a todos. 

Foi simplesmente um fracasso retumbante. Foi horrível. Não me preparei bem, me perdi no tempo. Quando acabou o tempo, faltavam ainda uns 15 slides e "larguei o pau" na apresentação, fiquei nervoso, e a pessoa com a plaquinha de tempo mandando eu terminar. Nunca mais me chamaram para esse evento. 

Mas temos que aprender com as experiências e melhorar. Levantei a cabeça e não desisti. 

Procurei insistir em eventos menores, fui melhorando gradualmente. Os elogios passaram a aparecer ao final das apresentações, e fui ganhando confiança. 

Hoje, após muitos anos tentando e melhorando, já cheguei a fazer uma apresentação em um evento muito maior, inclusive com convidados internacionais. Não vou dizer que sou o papa das palestas agora. Mas meu nível melhorou até o ponto que me permite participar de eventos junto a diretores de empresa, por exemplo. E me conectar com essas pessoas. 

Tudo isso me possibilitou progredir na carreira, conseguindo depois uma vaga gerencial em outra empresa, que me fez mudar de patamar em termos de ganhos, mas de responsabilidades também. 

E é a partir daí que volto no título do post: qual foi o impacto de desenvolvimento pessoal sobre meu patrimônio?

O grande salto que dei em meu patrimônio foi depois de: 

1. Me desenvolver de forma a estar apto a uma posição que pagasse muito melhor;
2. Me esforçar para obter um bom desempenho na nova organização de forma a ganhar melhores bônus;
3. Desenvolver meus conhecimentos financeiros para gerenciar e aumentar o patrimônio. 

Percebam que em nenhum momento falei dos aportes regulares. Lógico que eles tem sua importância. Mas, no meu caso, o grande salto, que fez meu patrimônio mudar de patamar foram os bônus na remuneração, que normalmente são pagos para cargos executivos (gerentes, diretores e presidentes). 

Outras coisa que começou a contribuir também, dentro do item 3, porém mais recente, foi fazer alguns negócios de oportunidade com imóveis, compra e venda com lucro (isso fiz uma vez até agora, é algo que estou começando, mas quero fazer umas duas vezes por ano, se possível). 

Então a grande mensagem que fica é: aportes são importantes, mas existem outras maneiras de dar "saltos de patrimônio". Logico que você tem que atingir um nível de capital antes, que te permita "empatar" valores consideráveis em um negócio de oportunidade. 

E tem a questão dos bônus. Quanto mais alto você chega na organização, mais você participa na distribuição do lucro. Então aqui vejo dois caminhos: ou você busca subir na hierarquia como empregado, até chegar em cargos executivos, ou vira dono do seu próprio negócio.

Então, realmente tenho minhas dúvidas se só aportar continuamente e esperar o efeito dos juros compostos é o melhor caminho para atingir um patrimônio considerável, em um período não muito longo, que te dê liberdade financeira para escolher sair do trabalho padrão 9 X 5 e viver de algo mais flexível. 

Pretendo seguir nessa pegada por mais 7 anos, se tudo der certo no Brasil a partir desse ano. Tudo dependerá dessas eleições em Outubro. Se entrar alguém que se comprometa com as reformas e em impulsionar a economia novamente, vejo um grande potencial de atingir a IF até antes disso. Quem sabe em cinco anos. 

Mas se entrar um esquerdista para afundar o barco de vez, vou ter que achar outras alternativas.

Mas a mensagem principal que eu queria passar é que só começei a prosperar a partir da elevação das minhas competências, isso me permitiu buscar oportunidades com remuneração acima da média, maior participação nos lucros e, multiplicação desse lucros através do conhecimento financeiro. 

No final, acabamos voltando à conhecimento. É a base de tudo. 

Abraços













5 comentários:

  1. Show de bola Samurai. Gosto de ler histórias de conquistas diárias na vida.

    Sobre a sua fase de gastador , acredito que a grande maioria passa por isso , muitos chamam de "Zona de conforto" e todos sabemos que qualquer zona de conforto é prejudicial a longo prazo. Enfim , parabéns por estar vencendo dia após dia.

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    1. AHH e eu já ia esquecendo , eu falei mais ou menos sobre isso no meu ultimo post la no blog , me adciona ai no blogroll e da uma passa por lá.

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  2. Olá Samurai,

    Legal trazer a tona outro ponto além dos aportes. Eu como não tenho mais tanto apreço pela minha profissão, estou apostando em novas fontes de renda.

    E para buscar novas fontes de renda, novamente voltamos a conhecimento.

    Abraço!

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  3. Desenvolvimento e aperfeiçoamento continuo e essencial para ter sucesso. Pessoas mais preparadas que sabem buscar e agarrar as oportunidades, prosperam na vida.

    Abraço

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  4. Ótima reflexão! Cheguei a uma conclusão igual a sua quando escrevi sobre O melhor investimento do mundo, eu poderia ter sido o mago supremo das finanças mas se não fosse pela minha carreira nunca teria chegado nem perto da IF, na verdade fiz tanta burrada financeira ao longo da vida q só mesmo a evolução no trabalho me salvou.



    Sr. IF365

    Blog do Sr.IF365 | Acompanhe meus últimos 365 dias antes da IF e Aposentadoria Antecipada
    www.srif365.com

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