Fala pessoal,
Sei que esse título é provocativo e o post pode causar um
pouco de polêmica.
Mas gostaria de tratar aqui de uma hipótese, que, no meu
entendimento, começa a ficar cada vez mais plausível e seu impacto sobre os
investimentos.
Sim, vou falar sobre a volta do PT ao poder na forma de seu líder
máximo, o autointitulado pai dos pobres, maior expoente desse país à idolatria
do “Miserabilismo”, ou seja, a cultura dos brasileiros de propagar e exagerar histórias
do “pobre que deu certo”, tentando vender a ilusão de que algo extremamente
raro pode ser a regra, e não a exceção.
Aliás, essa mensagem é propagada com muito afinco pela nossa
maior rede de TV há muitos anos, e, a meu ver, funciona como uma espécie de anestesia
social, para manter a massa votante sempre ignorante e dócil.
Difundir a idéia de que tudo vale, ou tudo é relativo, desde
que seja pelo bem do povo, glamourizar a pobreza nas favelas, idolatrar
esportistas e pagodeiros milionários que são o “ponto fora da curva”, como se
isso fosse um caminho mais viável que o estudo e a meritocracia. Não vou listar
aqui toda a cartilha de “guerra cultural socialista”, para não perder o foco do
post, mas tem muito mais.
Para se ter idéia da eficácia dessas práticas, veja como
a maioria das pessoas a seu redor, mesmo as mais instruídas, acham normal sair
na imprensa pesquisas eleitorais que incluam um sujeito que é réu em nove
processos, e inclusive já condenado em primeira instância.
Você acha que realmente isso seria possível em um país sério
e decente? Que o sujeito seria ao menos listado nas pesquisas?
Mas é aí que eu chego onde queria.
O fato da maioria dos
brasileiros achar tudo isso normal e achar legítima a participação desse
candidato no processo eleitoral, já é um sinal de que temos um grave problema moral
e ético, e que o PT pode voltar ao poder de forma muito mais
fácil do que imaginamos.
E o resultado das pesquisas de intenção de voto divulgadas
nas últimas semanas, somado à queda brusca no índice Ibovespa, só confirmam o
que estou dizendo.
Se tem alguém preocupado com essa situação, está assistindo passivo
a tudo isso e confiando que a Justiça tratará de eliminar os supostos bandidos
do processo eleitoral em 2018. Talvez estejamos anestesiados pela tendência
recente de melhora da economia.
E você realmente acredita que a Justiça terá força para retirar
do processo político essa criatura em particular? Você realmente acredita que
as instâncias superiores da Justiça cumprirão seu papel se for necessário?
Na dúvida, para
proteger meu patrimônio e investimentos, esta semana passei a trabalhar com a
hipótese da reeleição quase certa desse candidato.
Somente reforçando: acredito que este seja o cenário mais
provável (com alta probabilidade de ocorrer). Obviamente que vou trabalhar
também com um cenário, muito menos provável, de eleição de algum candidato de mais
ao centro ou direita, ou, pelo menos, pró-mercado.
Isso significa que não vou retirar todo o meu dinheiro do
Brasil de uma vez, ou sair comprando ouro e dólar feito maluco.
Mas antes de falar da estratégia de investimentos, ou
proteção, listo aqui alguns fatos que corroboram minha hipótese da volta do líder máximo do PT
ao poder:
Moralmente, a maioria dos brasileiros não
condena a conduta do sujeito (como já falei acima);
A grande maioria de seu eleitorado chave
(sobretudo no Norte-Nordeste) ainda o idolatra, em função da história do “pobre
que deu certo” e também pela melhora econômica em seu governo causada pela
bonança das commodities;
O povo mais humilde, ou menos instruído, não
associa a crise atual a seu governo e, sim, aos governos posteriores;
O
discurso socialista, do estado que tudo provê, ainda tem muita penetração junto
a seu eleitorado tradicional e grande parte da classe média. Repetindo esse
discurso, continuará encantando o povo;
A Lava Jato indica que atingiu seu teto. Não há
mais força para quebrar a resistência das instituições tradicionais. Chegou em
um nível que os três poderes passaram a se auto proteger.
Minha estratégia de
proteção contra a catástrofe
Vou dividir minha estratégia de proteção em duas partes. Em
primeiro lugar, como proteger o patrimônio financeiro existente. E, finalmente,
como proteger minha geração de renda e aportes. Não vou falar sobre como
proteger os imóveis, pois estes são de certa forma mais imunes a um colapso da
economia. Perderão valor, mas não de maneira catastrófica.
Proteção do patrimônio financeiro
Para proteger meu patrimônio, pretendo diminuir minha
exposição em renda variável no Brasil. Atualmente estou com 70% do patrimônio
financeiro em ações da Bovespa. Outros 30% estão em Renda Fixa.
Meu primeiro passo será abrir conta no BB Americas (o que já
estou enrolando há algum tempo) e depois em uma corretora com acesso a ações e
fundos nos EUA e outros países desenvolvidos.
Após esse passo, migrar parte da alocação atual de renda
variável para o exterior e outra parte pretendo colocar em um bom fundo multimercado
(como o Fundo Verde), onde o gestor tem larga experiência em lidar com crises e
até mesmo lucrar com elas.
Quero manter, no máximo 25% de meu capital financeiro em
ações brasileiras. Sei que para isso vou ter que girar bastante patrimônio, mas
imagino perda muito maior se o pior cenário se concretizar.
Ao final, pretendo destinar 5% do portfólio para
seguros-catástrofe: Opções (PUT) fora do dinheiro e Ouro. Em outro post
explicarei como usar Opções do tipo “PUT” como seguro. São derivativos que
podem se valorizar absurdamente em caso de queda brusca de nossa Bolsa.
Imagino a seguinte distribuição final:
30% Renda Fixa
(Brasil)
20% Fundo
Multimercado
25% Ações Bovespa
20% Ações e/ou fundos
estrangeiros (via corretora nos EUA)
2,5% Opções (puts)
2,5% Ouro
Proteção à minhas fontes de geração de
renda
Com a eventual retomada do poder pelo PT, imagino que a
economia desabará novamente, investidores fugirão do Brasil e os níveis de
desemprego subirão rapidamente.
(Nota: Do ponto de vista histórico, imagino que será o
último grande teste do Socialismo no Brasil. Será um regime mais radical, como
na Venezuela hoje, e demorará entre 10 e 20 anos para o povo “acordar” e enterrar
de vez o sonho socialista, após tempos extremamente difíceis).
No meu caso, imagino que, em alguns anos, a empresa onde
trabalho poderá fechar as portas, pois já não vem bem no Brasil, e acho que uma
nova crise seria a “pá de cal” para eles zarparem definitivamente.
E o cenário de desemprego seria catastrófico para minha
capacidade de aporte.
Hoje grande parte de minha renda vem do emprego. Outra parte
do aluguel de imóveis e o restante vem de dividendos e JCP de
ações.
Com relação a tentar empreender, em paralelo ao emprego, é
algo que descartei por enquanto, pois não dá tempo. Realmente não sei como o
povo aqui faz um monte de coisas paralelas, como projetos digitais, e-commerce,
“assoviar e chupar cana ao mesmo tempo”. Eu não consegui até agora. Minha
principal fonte continuará sendo a labuta diária mesmo.
Então uma alternativa que passarei a trabalhar fortemente
nos próximos meses é uma recolocação de emprego no exterior, sobretudo Europa
ou EUA. Minha primeira opção é tentar uma transferência na empresa atual mesmo,
para a matriz na Europa. Mas já comecei a pesquisar vagas nos EUA nos últimos
meses e vejo que tem bastante demanda em minha área.
Do ponto de vista estratégico, acredito que é o melhor que qualquer
brasileiro que tenha a oportunidade possa fazer, face ao risco que se apresenta no médio prazo.
Fora a chance de ganhar em moeda forte, pois no caso de uma catástrofe
do tipo da Venezuela, o Real se desvalorizaria absurdamente.
Sei que esse post pode parecer muito político, mas estou
tentando ser pragmático.
A aventura petista já destruiu muito valor e o patrimônio de
muita gente durantes treze anos, fora a horda de desempregados que ainda temos.
E tudo indica que o povo não acordou e vai comprar o sonho populista novamente.
Já citei, em um post anterior, como acredito que, para ser
investidor no Brasil, é necessário entender o cenário político e seus efeitos
na economia.
Se você quer ganhar dinheiro, ou, mais importante, não
perder, precisa começar a entender o que se passa em Brasília e suas
consequências.
É isso. Falei dos meus planos. Á medida que aparecer algo concreto,
vou trazer as histórias para vocês por aqui.
Como falei, estou trabalhando uma hipótese de que as coisas
podem desandar no Brasil no ano que vem.
Se ocorrer, estarei protegido.
Se não ocorrer, me reposicionarei rapidamente para ganhar com o cenário alternativo, realocando em ações no Brasil.
Abraços