segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Uma mentira que te contaram: que o trabalho duro sempre vale à pena

Fala pessoal,

Esses tempos andei lendo bastante sobre os modelo mentais, que são aquelas crenças profundamente arraigadas em nossa mente e que acabam guiando nossas ações sempre dentro de certos padrões. 

E um desses modelos mentais é o do trabalho duro, do esforço acima da média, e a certeza de que será recompensado no final. 

Mas será que na vida real é assim mesmo?

Isso me lembra aquela foto que o pessoal do McDonalds costumava colocar nas lojas,  do "funcionário do mês".  Ok, eles são uma empresa americana, e os americanos sempre foram os maiores defensores da meritocracia. Tanto que lá se fala muito dos dois extremos: o self made man, aquele vizinho que todo mundo paga pau, que ficou milionário com o próprio esforço. E, do outro lado, o looser, o perdedor, aquele que não deu em nada na vida. 



No livro "Pai Rico, Pai Pobre", que já faz muito tempo que li, lembro que o autor fala muito de como somos educados de maneira errada por nossos pais. Não aprendemos a ganhar dinheiro e enriquecer, mas, a trabalhar para os outros e enriquecê-los. 

Notem que o autor é americano, então muitos dos problemas que ele relata acontecem também no Brasil, mas acho que não na mesma medida. Acho que na classe média americana existe uma pressão muito maior que no Brasil para que se siga um script bem definido de estudar, tirar boas notas, participar de atividades extracurriculares, e, de preferência, destacar-se em algum esporte. Tudo isso passa a ser visto como um passaporte para o sucesso no futuro. Migrando automaticamente para uma boa universidade, e fechando com chave de ouro com um bom emprego. 

Mas algo que acho comum entre as duas culturas é esse lance ingênuo de acreditar que, se você se esforçar acima da média no trabalho, será recompensado de forma proporcional. 

Especialmente no Brasil, conhecido no mundo todo por sua cultura de  malandragem, e pelo altíssimo valor colocado nos relacionamentos, acho que isso não é a regra, e sim a exceção. 

No final das contas, a história é a seguinte: se você resolver fazer o que a maioria faz, que é aprender a trabalhar para os outros, e enriquecê-los, no início de sua carreira pode ser que até seja bem recompensado pelo suor e pelas horas extra dedicadas ao seu patrão. 

Isso irá funcionar bem enquanto você é jovem e estiver em cargos com baixa responsabilidade, como um assistente ou analista por exemplo. Acontece que, com o tempo, você vai querer progredir para o próximo nível, e depois, para o próximo, até que você vai perceber um dia que não está mais sendo recompensado à altura do seu esforço. 

Acredite, esse dia chega para todo mundo. E não demora. Muitas vezes a pessoa nem chegou ainda a um cargo de chefia, mas já tem aquela sensação que tem que resolver muito mais buchas que antigamente, que tudo é visto como mera obrigação, e o salário já não sobre mais como antes. 

Aí vem o primeiro cargo de chefia ou supervisão. A pessoa fica com o ego lá em cima, passa a ser vista de outra maneira, e invejada pelos que estão abaixo. Faz cursos de liderança, gestão de pessoas, a acredita que é o líder nato, o desenvolvedor de pessoas. 

Acontece que, a partir desse ponto, ou até um pouco antes, a sua recompensa já não é mais proporcional ao que você trabalha para seu empregador. 

Então no final, esse lance de subir, subir, mirar uma gerência, diretoria, e quem sabe até virar o presidente, será que vale à pena? 

Eu cheguei até o nível de gerência. Mas desde quando atingi cargos mais técnicos, de nível sênior, já tinha a sensação de que estava dando muito mais do que recebia. 

E hoje, como estou saindo da empresa atual, após muito tempo quero tentar o outro lado que o Kiyosaki, do Pai Rico Pai Pobre falava: colocar os outros para trabalhar para mim. 

Confesso que o medo é grande, gera uma insegurança de não ter o salário caindo certinho todo mês, mas é uma janela de oportunidade única e quero tentar algo diferente uma vez na vida. 

Se não der certo, o pior que pode acontecer é voltar para a "corrida dos ratos". 

E você? Já chegou nesse ponto da carreira de sentir que a recompensa já não é proporcional ao tanto que você trabalha para os outros?

Abraços












12 comentários:

  1. Já cheguei sim samurai. Mas não tive ainda uma grande idéia de empreeder, apesar de achar que deve ser muito gratificante.
    Quero alcançar minha IF e ter a tranquilidade dos rendimentos gordos mensais antes de partir para outro caminho...
    Abs

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    1. IFM, concordo com seu pensamento. Buscar um certo nível de IF antes de empreender. No meu caso, vou ser forçado a antecipar meu plano então estou com aquela sensação da oportunidade, do "tem que ser agora" , antes que eu desanime, passe a procurar emprego e volte para a matrix

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  2. É bem simples o conceito: deve-se sim trabalhar duro, mas em um trabalho que gere valor e este valor gere dinheiro.
    Também tem o valor que não se converte em dinheiro imediatamente, mas molda o caráter e sua imagem perante os outros. Mesmo quem não trabalha "duro" deve manter diligência e disciplina no ambiente profissional.
    PRPP é um dos melhores livros mas deve ser corretamente decifrado através da experiência no mundo real (também o trabalhe 4h por semana, por exemplo). O autor está certíssimo em afirmar que não é trabalhar num empreguinho que vai te deixar rico. Eu atestei isso ao comprar e vender um imóvel certa vez, e lucrar fácil o que pouparia em dois anos no melhor emprego que tive.

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    1. CF, você definiu muito bem: tem que trabalhar em algo que gere valor, e em última instância, dinheiro . Mas, em minha opinião, o dinheiro deve ser proporcional ao esforço. Com relação e fortalecer a imagem de bom profissional, também acho que isso deve ser feito até o ponto onde você ainda é recompensado de acordo. Senão deve buscar uma oportunidade melhor.

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  3. Excelente post!
    Eu apliquei isso nos meus últimos anos, mas de uma forma um pouco diferente, não coloquei as pessoas para trabalharem para mim.
    Estudava para concurso e trabalhava ganhando uma merreca, então coloquei no papel quanto eu ganhava e em quanto tempo da remuneração do cargo almejado eu precisaria pra financiar estudo em tempo integral.
    Não deu outra, larguei o trabalho e só estudei, em três anos fui aprovado e hoje vejo que foi a melhor escolha que fiz na vida!

    Abs e sucesso.

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    1. Muito bom Patrão!! Você teve essa sscada bem antes que as pessoas normais e conseguiu sair da mentalidade dominante. Imagino que não tenha sido uma decisão fácil, pois é muito difícil largar a comodidade de ter um emprego fixo.

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  4. Essa é uma regra geral. Qualquer cargo que você exerça , depois de muito tempo você se acomoda e já não sente o tesão do começo e acaba caindo de produção, começa a achar que a empresa está explorando voce , que está ganhando pouco , a verdade que a nossa mente cria várias desculpas para cairmos de produção. São poucos oque tem consciencia e conseguem se manter motivados por tanto tempo em um mesmo cargo em alguma empresa.

    Eu mesmo subi 1 nivel na empresa do meu pai , quando subi estava motivado , hoje 2 anos depois , já estou relaxado , mas almejo o próximo nivel. Esse cara que está na minha frente ainda , também vem tendo tropeços a tempos. No começo ele era um Workaholic , depois de 4 anos de Gerencia , hoje ele faz um trabalho bem mediano , mais descansa do que trabalha realmente. Eu fico queto.

    Eu acho que a gente sempre tem que estar realmente inovando , buscando coisas novas para não cair nesse marasmo , mas como você disse, quem é que tem coragem de abrir mão do salário todo mês ? Rs .

    Mas eu concordo com o Conhecimentofinanceiro , não tem coisa melhor do que voce trabalhar em algo que gere valor , como trabalhar por comissão por exemplo. Voce sabe que aquele trabalho especifico está te gerando dinheiro e isso é empolgante. Quando voce é dono do seu negocio , voce sabe que se vender um produto ou serviço ira ganahar uma parte do mesmo.

    Te adcionei no Blorroll samurai

    http://peaoplayboy.blogspot.com/

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    1. Peão playboy, vou te adicionar no blogroll também. Realmente, tem também esse lado do marasmo, da motovação cair com o tempo em uma mesma função. É um ciclo meio louco, porque com a produtividade caindo você diminui a chance de uma promoção e acaba ficando no exato lugar que te mantém desmotivado. No final, acho que a raiz de tudo está em trabalhar o modelo mental, as crenças, porque é isso que vai guiar as ações para mudar.

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  5. Trabalho duro só vale realmente a pena se você trabalha pra você mesmo. Caso contrário, o caminho tem de ser o inverso, trabalhar cada vez menos. E entenda trabalhar cada vez menos como "otimizar" o trabalho. A cada dia novas tecnologias e técnicas surgem pra automatizar e fazer mais com menos esforço. O brasileiro em geral torce o nariz pra isso, porque acha que vai causar desemprego e diminuir a quantidade de serviço disponível. Mas na realidade é o contrário, quem não investe nisso acaba se tornando obsoleto e aí sim fica sem trabalho.

    Enfim, quem não consegue cumprir com suas obrigações e ser produtivo no trabalho durante as 8 horas padrões, dificilmente vai produzir mais fazendo hora extra. Eu sou um que fujo da hora extra como o diabo foge da cruz.

    Abraço!

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    1. Wannabe, essa idéia é muito falada pelo Tim Ferris naquele livro "Trabalhe 4 horas por semana". Ele defende que se faça o trabalho o mais rápido possível e que se use as horas restantes da jornada de trabalho para desenvolver projetos pessoais, sem a empresa perceber claro.

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